sábado, 30 de abril de 2011

ATRIBUTOS DO PSICANALISTA


Uma reflexão

Sonia Pineda Vicente

“Cada analista deve ter em mente, de modo claro, quais são as condições mínimas necessárias (cmn), para si mesmo, nas quais ele e o seu paciente podem fazer o trabalho”
                                                                                                          (conversando com BION 1992, p.75)

“A prática da psicanálise é muito difícil. A teoria é simples. Não basta saber todas as teorias. Um bom analista está sempre lidando com uam situação desconhecida, imprevisível e perigosa.
                                                                                                                                         (Bion, 1987, p.5)

EQUIVALÊNCIA: PAIS E FILHOS = ANALISTA E ANALISANDO

(...) “A única coisa que parece ser básica, não é tanto aquilo que fazemos, mas aquilo que vivemos, aquilo que somos. É por isso que é tão importante que os pais sejam capazes daquilo que eu chamo de amor ardente. Aí a criança tem uma chance de aprender algo a partir do modo que os pais se comportam. Nada em sua educação escolar, nem em qualquer outro lugar, pode lhes ensinar isto.”
                                                                                                                                      (Bion, 1992, p. 46)


O QUE DE FATO É NECESSÁRIO?

  1. Boa preparação teórica ou técnica do

Analista


  1. Atitude interna do psicanalista

  1. Composta de uma série de atributos

  1. Um jeito autêntico dele ser




ATRIBUTOS:

  1. IDENTIDADE ANALÍTICA = manter-se o mesmo.
Servir como um espelho ao analisando, onde ele possa mirar-se de corpo inteiro e reconhecer as distorções especulares.

  1. AMOR A VERDADE = capacidade de ter fé na existência de uma realidade e verdade últimas.

  1. CAPACIDADE DE SER CONTINENTE

  1. PREMONIÇÃO = capacidade de antecipação = pressentimento.

  1. PACIÊNCIA = suportar a dor da espera.

  1. CAPACIDADE NEGATIVA = permanecer em incertezas, mistérios, dúvidas sem desejo, sem memória e sem compreensão.

  1. INTUIÇÃO = capacidade de se olhar para dentro, ou de dentro ( não sensorial/transcendental ).

Kant: “ a intuição sem conceito é cega; conceito sem intuição é vazio”
Bion: “o analista deve saber escutar não só as palavras e os sons, mas também a música”
  1. EMPATIA = em (dentro) pathos (sofrimento) = Analista se coloca no lugar do Analisando.

  1. COMUNICAÇÃO = tornar comum, com – um, no sentido de uma unidade de intercâmbio entre o emissor e o receptor.

10.DISCRIMINAÇÃO = fazer separações: o que é do analista e o que é do analisando, entre o que é
patológico e o que é sadio em ambos...

11.ÉTICA = ETHOS = território natural – não invadir o espaço autêntico do analisando.

12.RESPEITO = aceitar o analisando como ele de fato é , ou pode vir a ser, e não como o analista gostaria que fosse. RE – ESPECTORE ( OLHAR DE NOVO)

13.CORAGEM = cor: do coração: atitude interna do psicanalista.

     Psicanálise “é uma palavra em busca de um significado; um pensamento esperando por um pensador; um   conceito aguardando por um conteúdo”  

                                                                                                                                 (BION, 1992 , p. 145)


Bion sempre estimulou os seus pacientes, discípulos e analisandos, a darem livre curso á imaginação, isto é, como ele costumava dizer: deixem a imagem – em – ação
(GRADIVA nº 43, p.10)



O maior empenho de toda a obra de Bion consistiu exatamente em buscar e apontar os possíveis caminhos para não nos afastarmos do estado de fé, verdade e esperança.”
(ZIMERMAN, 1995, p. 284)



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